Montagem do Blog

O blog está em construção ainda. Serão postados, gradativamente a biografia de todos os membros que ocupam as cadeiras. Para ver o Estatuto, selecione abaixo.

domingo, 27 de agosto de 2023

Cadeira n. 50 – Patrono: José Lucas de Barros (1939 - 2015)

José Lucas de Barros (Zé Lucas, no meio literário) nasceu no município de Condado (PB), em 12 de março de 1939, mas registrou-se civilmente em Serra Negra-RN, terra de seus pais. Trabalhou no campo, no comércio, no Banco do Brasil e,  finalmente, exerce a advocacia, tem atividades literárias, sociais e religiosas. Foi advogado, poeta, trovador e pesquisador de literatura popular.

José Lucas escreveu seus primeiros versos na adolescência e é, hoje, nome conhecido e admirado no mundo trovista. Escreveu poesia em suas variadas modalidades, destacando-se em trovas e cordel. Suas criações primam pela inspiração e criatividade.

Publicou em 1973, um livro de trovas, intitulado ”Cantigas do meu Destino”.

Em 1985, o livro “Caminhada” com lindos conjuntos de trovas, sonetos, glosas e poemas de forma livre.

Foi professor de Português e Literatura por dez anos.

Participou em “O TROVADOR”, Órgão Oficial da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, com a coluna: “Questões Simples de Linguagem”.

Autodidata do primário, fez o curso secundário em Caicó e o superior em Caruaru/PE, com colação de grau em 1980, em Direito. 

Em 1974 publicou "Cantigas do Meu Destino" (trovas) e, em 1985, "Repentes e Desafios". A partir daí não parou mais de editar obras. 

Aposentado pelo Banco do Brasil. Um dos dirigentes mais atuantes da ATRN: Academia de Trovas do Rio Grande do Norte. Extremamente habilidoso em todos os gêneros poéticos, em 2014 conquistou o honroso título de "MAGNÍFICO TROVADOR" em Nova Friburgo, na categoria "trovas líricas/filosóficas".

José Lucas de Barros faleceu no dia 4 de dezembro de 2015, depois de longa enfermidade
.
Entidades a que pertenceu:
Academia de Trovas do Rio Grande do Norte
Associação Estadual de Poetas Populares – RN
Academia Curraisnovence de Letras
União Brasileira de Trovadores, seção de Natal/RN,
Instituto Cultural do Oeste Potiguar,
Membro da Academia Parnaminense de Letras.

Obras Publicadas:
 1 – Cantigas do meu Destino (Trovas),
 2 – Repentes e Desafios (Pesquisa de Literatura Popular), .
 3 – Caminhada (Poesias),
 4 – Diálogo em Trovas I (parceria com Delcy Canalles).
 5 – Diálogo em Trovas II (idem),
 6 – Diálogo em Trovas III (Idem).
 7 – Quando Dois Rios se Encontram (Diálogo em sextilhas c/Delcy Canalles),
 8 – Do Potengi ao Guaíba (Diálogo em Setilhas c/Delcy Canalles).
 9 – Dois Poetas em Setilhas (Diálogo em Setilhas c/Ademar Macedo),
10 – Um Rojão em Sextilha Agalopada (com Ademar Macedo e Francisco Garcia de Araújo),
11 – Distâncias Que Se Aproximam (sextilhas e trovas em parceria com Delcy Canalles,
12 – Sexteto em Sextilhas (com A.A. de Assis, Ademar Macedo, Delcy Canalles, Francisco Garcia de Araújo e Gislaine Canales),
13 – No Balanço da Canoa (Trovas e Sonetilhos).
14 – Peleja em Martelo Agalopada (com Prof. Garcia)
Os diálogos poéticos foram feitos todos pela Internet. Há mais quatro em andamento e outros planejados.
15 – Resumo Biográfico do Mons. Lucas Batista (Cordel).

Foi também letrista em cerca de 20 músicas, com vários parceiros.

Fontes:
http://www.avspe.eti.br/biografia2010/JoseLucasDeBarros.htm
http://uniaocultural.blogspot.com/2011/01/no-universo-da-trova-delcy-canalles.html

Cadeira n. 49 – Patrono: Alonso Rocha (1926 - 2010)

Raimundo Alonso Pinheiro Rocha nasceu em Belém/PA em 15 de dezembro de 1926 e morreu em 23 de fevereiro de 2010, filho do poeta Rocha Júnior e Adalgiza Guimarães Pinheiro Rocha. Foi casado com Rita Ferreira Rocha e pai de cinco filhos. Conhecido como príncipe os poetas, Alonso ocupou a cadeira número 32 da Academia Paraense de Letras desde 22 de Novembro de 1996, participou da diretoria da Academia desde o ano de 1996, ininterruptamente, com mandato até 2010. 

Por profissão, trabalhou como bancário, atuando também no sindicalismo no período de 1954 a 1976, tendo sido diretor do Sindicato dos Bancários do Pará e membro-fundador da Federação dos Bancários do Norte-Nordeste.

Foi o IV Príncipe dos Poetas do Pará, escolhido após consulta a um colégio eleitoral constituído de 200 personalidades integrantes dos círculos culturais, científicos e sociais do Estado, pessoas essas ligadas às artes e selecionadas por uma comissão especial formada pelos escritores Georgenor de Sousa Franco Filho, Pedro Tupinambá, Victor Tamer e Albelardo Santos. O resultado de votação através de voto assinado foi apurado em 1987, tendo recebido na sessão solene de 21 de julho de 1989 (sesquicentenário de Machado de Assis) a comenda de 35 gramas de ouro, oferecida pelo governo do Estado do Pará.

Na adolescência, em 1942, fundou a Academia dos Novos em companhia de Jurandyr Bezerra, Max Martins e Antônio Comaru Leal. Ao grupo vieram juntar-se jovens intelectuais da época, como Benedito Nunes, Haroldo Maranhão, Raimundo Melo, Fernando Tasso de Campos Ribeiro, Arnaldo Duarte Cavalcante, entre outros.

Seu livro de poesias Pelas Mãos do Vento, obteve os prêmios Vespasiano Ramos (1954) da Academia Paraense de Letras e Santa Helena Magno (1955) do governo do Estado do Pará. 

Em 2004 foi presidente (por 4º. Mandato) da União Brasileira de Trovadores – seção Belém, tendo promovido em 1997 o I Jogos Florais de Belém, bem como o XIII Concurso nacional de Trovas no ano de 2002/Belém-Pará.

A trova, forma poética que cultivou somente pouco tempo, proporcionou a Alonso Rocha inúmeras vitórias em Jogos Florais e concursos pelo Brasil, notadamente no Pará, no Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Como sonetista, foi apontado como um dos melhores dos últimos tempos e um dos maiores dos últimos 50 anos do Pará.

Malba Tahan, no livro A Lua (editora Luz, Rio, 1955) publicou o seu soneto à “Lua Cheia” e o classificou como “autêntico Príncipe da Poesia Contemporânea.

Alonso Rocha era sócio-correspondente das: “Academia Norte Rio-Grande de Letras, Academia Municipalista de Letras do Brasil, Academia Sete-Lagoana de Letras, Academia Eldoradense de Letras, do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes, sócio honorário da Academia Piauiense de Letras e cidadão honorário do Município de Marapanim-PA.

Poeta eclético, não aprisionado a escolas e sem preconceito com qualquer forma de manifestação poética, Alonso Rocha foi dinâmico colaborador da gestão e representatividade da Academia Paraense de Letras.

Sua derradeira participação em atividades literárias aconteceu em 2009 em Belém representando a Academia Paraense de Letras como Júri do II Prêmio AP de Literatura, da Assembleia Paraense.

Recebeu vários troféus, medalhas e diplomas, resultantes de certames poético como: 
1º. Lugar no concurso promovido pelo jornal “A Província do Pará” e Prefeitura Municipal de Belém (1961); 
2° Concurso do Norte e Nordeste de Poesia, patrocinado pelo jornal “Folha do Norte”; Palma de Ouro e Palma de Bronze, no concurso Poetas do Mundo Lusíada da Academia de Poemas de Massachusetts (Estados Unidos da América -1987); 
1º. Lugar, por unanimidade, do 1º. Concurso Nacional de Poesia do Clube dos Magistrados do Rio de Janeiro (1997) 

e honrosas classificações em concurso de sonetos em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de janeiro; Medalhas culturais Olavo Bilac, Paulino de Brito, Dr. Acylino de Leão, D. Pedro I; Centenário do Teatro da Paz; Bicentenário da Igreja São João Batista; Centenário da Fundação da Biblioteca e Arquivos Públicos do Pará, conferidos pelo governo do Estado do Pará; Conselho de Cultura do Pará e Academia paraense de Letras; Medalha Olavo Bilac, do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes; Medalha condecorativa da Academia Municipalista de Letras do Brasil e Diploma de Honra ao Mérito do Instituto de Educação do Pará.

Livros Publicados
"Pelas Mãos do Vento" (poesia) 1955; e 
"Bruno de Menezes" ou a Sutileza da Transição, 1994, 
"O Tempo e o Canto" (poesia) 2009.

Fonte: Academia dos Poetas Paraenses

Cadeira n. 48 – Patronesse: Auta de Souza (1876 – 1901)

Auta Henriqueta de Souza nasceu em Macaíba, em 12 de setembro de 1876, filha de Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues e irmã dos políticos norte-rio-grandenses Elói de Sousa e Henrique Castriciano.

Ficou órfã aos três anos, com a morte de sua mãe por tuberculose, e no ano seguinte perdeu também o pai, pela mesma doença. Sua mãe morreu aos 27 anos e seu pai aos 38 anos.

Durante a infância, foi criada por sua avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, conhecida como Dindinha, em uma chácara no Recife, onde foi alfabetizada por professores particulares. Sua avó, embora analfabeta, conseguiu proporcionar boa educação aos netos.

Aos onze anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por freiras vincentinas francesas, e onde aprendeu Francês, Inglês, Literatura (inclusive muita literatura religiosa), Música e Desenho. Lia no original as obras de Victor Hugo, Lamartine, Chateaubriand e Fénelon.

Quando tinha doze anos, vivenciou nova tragédia: a morte acidental de seu irmão mais novo, Irineu Leão Rodrigues de Sousa, causada pela explosão de um candeeiro.

Mais tarde, aos catorze anos, recebeu o diagnóstico de tuberculose, e teve que interromper seus estudos no colégio religioso, mas deu prosseguimento à sua formação intelectual como autodidata.

Continuou participando da União Pia das Filhas de Maria, à qual se uniu na escola. Foi professora de catecismo em Macaíba e escreveu versos religiosos. Jackson Figueiredo (1914) a considera uma das mais altas expressões da poesia católica nas letras femininas brasileiras.

Começou a escrever aos dezesseis anos, apesar da doença. Frequentava o Club do Biscoito, associação de amigos que promovia reuniões dançantes onde os convidados recitavam poemas de vários autores, como Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Castro Alves, Junqueira Freire e os potiguares Lourival Açucena, Areias Bajão e Segundo Wanderley.

Por volta de 1895, Auta conheceu João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público de sua cidade natal, com quem namorou durante um ano e de quem foi obrigada a se separar pelos irmãos, que preocupavam-se com seu estado de saúde. Pouco depois da separação, ele também morreria vítima da tuberculose. Esta frustração amorosa se tornaria o quinto fator marcante de sua obra, junto à religiosidade, à orfandade, à morte trágica de seu irmão e à tuberculose. A poetisa, então, encerrou seu primeiro livro de manuscritos, intitulado Dhálias, que mais tarde seria publicado sob o título de Horto.

Aos dezoito anos, passou a colaborar com a revista Oásis, e aos vinte escrevia para A República, jornal de maior circulação e que lhe deu visibilidade para a imprensa de outras regiões. Seus poemas foram publicados no jornal O Paiz, do Rio de Janeiro. No ano seguinte, passaria a escrever assiduamente para o prestigiado jornal A Tribuna, de Natal, e seus versos eram publicados junto aos de vários escritores famosos do Nordeste. Entre 1899 e 1900, assinou seus poemas com os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves, prática comum à época.

Também foi publicada nos jornais A Gazetinha, de Recife, e no jornal religioso Oito de Setembro, de Natal, e na Revista do Rio Grande do Norte, onde era a única mulher entre os colaboradores.

Venceu a resistência dos círculos literários masculinos e escrevia profissionalmente em uma sociedade em que este ofício era quase que exclusividade dos homens, já que a crítica ignorava as mulheres escritoras. Sua poesia passou a circular nas rodas literárias de todo o país, despertando grande interesse. Tornou-se a poetisa norte-rio-grandense mais conhecida fora do estado.

Aos 24 anos, no dia 7 de fevereiro de 1901, Auta de Souza morria tuberculosa. Foi sepultada no cemitério do Alecrim, em Natal, em 1904 seus restos mortais foram transportados para o jazigo da família, na parede da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba, sua cidade natal. No ano anterior (1900) havia publicado seu único livro de poemas sob o título de Horto, com prefácio de Olavo Bilac, que obteve significativa repercussão na crítica nacional. Em 1910 saía à segunda edição, em Paris, e, em 1936, a terceira, no Rio de janeiro, com prefácio de Alceu de Amoroso Lima.

Em 1936, a Academia Norte-Riograndense de Letras dedicou-lhe a poltrona XX, como reconhecimento à sua obra.

Em 1951, foi feita uma lápide, tendo como epitáfio versos extraídos de seu poema Ao Pé do Túmulo: "Longe da mágoa, enfim no céu repousa/Quem sofreu 
 
OBRA E AS EDIÇÕES

– Horto. [prefácio de Olavo Bilac], contendo 114 poemas -  1ª. ed., Rio de Janeiro: Tipografia d’A República/Biblioteca do Grêmio Polimático, 1900, 232 p.

– Horto. (incluindo 17 novos poemas que integravam o manuscrito Dhálias), - [Breve biografia da autora, por seu irmão Henrique Castriciano de Sousa; e Ilustração e Capa de D.O. Widhopff], 2ª. ed., Paris: Tipographie Aillaud, Alves & Cia, Boulevard Montparnasse, 96, 1910.

– Horto. [prefácio de Tristão de Ataíde (Alceu Amoroso Lima)], 3ª. ed., Rio de Janeiro: Tip. Batista de Sousa, 1936.

– Horto. 4ª. ed., Natal/RN: Fundação José Augusto, 1970.

– Horto. Brasília: Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza, 2000.

– Horto. [Coleção Nordestina], - (incluindo “Introdução para um Estudo da Vida e Obra de Auta de Sousa”, de Ana Laudelina Ferreira Gomes). 5ª. ed., Natal/RN: Editoras Universitárias do Nordeste, 2001.

Horto, outros poemas e ressonâncias. [obra reunida], Natal: EDUFRN, 2009, 270p.


Fonte:
Templo Cultural Delfos

Cadeira n. 47 – Patrono: Artur da Távola (1936 - 2008)

Artur da Távola, pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros, nasceu em 03 de janeiro de 1936, no Rio de Janeiro-RJ, filho de Paulo de Deus Moretzsohn Monteiro de Barros e Magdalena Koff Monteiro de Barros

Formou-se em direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - 1954-1959. Especialista em Educação, formado pela CLAFEE (Centro Latino-americano de Formación de Especialistas en Educación). Convênio UNESCO - Universidade do Chile - Santiago - 1965.

ATIVIDADES DOCENTES:
– Professor da Escola de Jornalismo da Fundação Gama Filho - 1960.
– Professor Chefe de Cátedra de "Periodismo Audiovisual" na Escola de Periodismo e Comunicação da Universidade do Chile - Santiago - 1966 a 1968.
– Vice-Diretor da Escola de Periodismo da Universidade do Chile - Santiago - 1966 a 1968.
– Professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro - Cadeira: Produção de Rádio e Televisão - 1974 a 1975.

OUTRAS ATIVIDADES:
Presidente da Comissão de reforma da escola de Jornalismo da Universidade do Chile - Santiago - 1967 a 1968.
Membro da Câmara Técnica do Corredor Cultural da Cidade do Rio de Janeiro - 1979.
1º Vice-Presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) - 1980/1981.
Conferencista em mais de cem oportunidades, em vários Estados abordando os temas - Literatura - Comunicação - Política.
Membro do Pen Clube do Rio de Janeiro.
Aula Magna inaugural nas Universidades Federal Fluminense, Gama Filho, UNIRIO e SUAM - 1995. PUC Porto Alegre - 1999.
Membro da Academia Virtual de Letras Luso-Brasileira - março de 2005.

Funcionário mais antigo da Rádio MEC, onde estreou em 1957 e apresentava um programa sobre música clássica. Durante 15 anos, foi colunista do jornal O Globo. Também colaborou com revistas da Bloch Editores e por 18 anos escreve “crônicas sobre a vida” no O Dia.

Arthur da Távola iniciou sua trajetória política como Presidente do Centro Acadêmico Eduardo Lustosa (CAEL) da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica - 1956/57. Foi eleito Deputado Constituinte do Estado da Guanabara PTN, de 1960 a 1962, e Deputado à Assembléia Legislativa do Estado da Guanabara - 1962 a 1964. Teve seu mandato cassado por ocasião do AI-5, em 1964, exilando-se de 1964 a 1968 na Bolívia e no Chile. Retornou ao poder legislativo eleito Deputado Constituinte pelo PMDB-RJ, sendo o mais votado da Bancada – 1987, sendo fundador do PSDB no ano seguinte. Alcançou algumas das posições de maior destaque no partido: Líder do PSDB na Assembléia Nacional Constituinte – 1988, Vice-Presidente Nacional, Líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados em 1994 e, finalmente, Presidente Nacional do PSDB - 1995 a 1997.

Sua identificação com a cultura nacional foi determinante na atuação em diversos cargos como Presidente da Comissão de Assuntos Culturais, Educação, Ciência e Tecnologia do Parlamento Latino americano (1998/1999), Membro do Parlamento Cultural do MERCOSUL (1998/1999), Presidente da Comissão de Educação, Comunicação, Cultura e Esporte - 1997/1998 e Secretário das Culturas do Município do Rio de Janeiro - Janeiro de 2001.

Sob sua direção editou a revista trimestral de Comunicação, Arte e Educação, "CONTATO" que era distribuída graciosamente para as instituições culturais de todo o Brasil com artigos assinados pelos mais eminentes nomes de todas essas áreas.

Faleceu em 9 de maio de 2008, no Rio de Janeiro.

CONDECORAÇÕES:
– Ordem do Rio Branco Grau de Oficial Brasília, 1994.
– Ordem do Infante D. Henrique Grau de Gran Cruz Lisboa, 1995.
– Ordem de Bernardo O'Higgins Grau de Gran Cruz Santiago do Chile, 1995.
– Ordem do Mérito Naval Grau de Grande Oficial Brasília, 1995.
– Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Colar do Mérito Judiciário Rio de Janeiro, 1995.
– Ordem do Mérito Militar Grau de Comendador Brasília, 1996.

TRABALHOS PUBLICADOS
- Mevitevendo - 1977
- Alguém Que Já Não Fui - 1978
- Cada Um No Meu Lugar - 1980
- Ser Jovem - 1981
- Amor A Sim Mesmo - 1984
- Arte de Ser - 1994
- Diário Doido Tempo - 1996
- Rio: Um olhar de amor - 1997
- Leilão do Mim - 1981
- Do Amor, da Vida e da Morte - 1983
- Em Flagrante - 2000
- Do Amor, Ensaio de Enigma - 1983
- A Liberdade do Ver (Televisão em Leitura Crítica) - 1984
- O Ator - 1984
- Comunicação é Mito - 1985
- Notícia, Hiper-Realismo e Ética - Opúsculo - 1995
- A Telenovela Brasileira - 1996
- Calentura - 1986
- Maurice Ravel, Um Feiticeiro Sem Deus - Livro - 1988
- Vozes do Rio - Opúsculo - 1991
- Orestes Barbosa - Opúsculo - 1993
- Centenário da Morte de Brahms - Opúsculo - 1997
- Cem Anos Sem Carlos Gomes - Opúsculo - 1997
- 40 Anos de Bossa Nova - 1998
- Ataulfo Alves 90 anos - Opúsculo - 1999
- TITO MADI - "O Acento Árabe do Canto no Brasil" - Opúsculo - 1999
- Trinta Anos sem Jacob - Opúsculo - 1999
- Nara Leão, o Canto da Resistência - Opúsculo - 1999
- Raul de Leôni - Opúsculo - 1996
- Monteiro Lobato: O imaginário - Opúsculo - 1997
- A Cruz e Sousa em seu Centenário - Opúsculo - 1998
- Liberdade de Ser - 1999
- Rui Barbosa, A Vitória das Derrotas - Opúsculo - 1999
- Sem Organização Partidária não há Democracia - Opúsculo - 1996
- CPIs "Para não acabar em pizza" - Opúsculo - 1999
- Olimpíadas de 2004 - Opúsculo - 1996
- Flamengo, 100 Anos de Paixão - Opúsculo - 1996
- O Viço da Leitura - Opúsculo - 1997
- Mulher - Opúsculo - 1998
- O Drama da Sexualidade Precoce - Opúsculo - 1998

Fontes:
http://www.vaniadiniz.pro.br/jornal_ecos/Bio_artur.htm http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_biografia.asp
http://pt.wikipedia.org/
http://www.abi.org.br/paginaindividual.asp?id=775

Cadeira n. 46 – Patrono: Nilto Maciel (1945 – 2014)

Nasceu em Baturité (CE), em 30 de janeiro de 1945. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará em 1970. Criou, em 1976, com outros escritores, a revista O Saco. Mudou-se para Brasília em 1977, tendo trabalhado na Câmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal e Tribunal de Justiça do DF. Regressou a Fortaleza em 2002.

Editor da revista Literatura desde 1991. Faleceu em Fortaleza, a 30 de abril de 2014, de causas desconhecidas. Foi encontrado morto em sua residência.

Obteve primeiro lugar em alguns concursos literários nacionais e estaduais: 
– Secretaria de Cultura e Desporto do Ceará, 1981, com o livro de contos Tempos de Mula Preta;
– Secretaria de Cultura e Desporto do Ceará, 1986, com o livro de contos Punhalzinho Cravado de Ódio;
– “Brasília de Literatura”, 90, categoria romance nacional, promovido pelo Governo do Distrito Federal, com A Última Noite de Helena;
– “Graciliano Ramos”, 92/93, categoria romance nacional, promovido pelo Governo do Estado de Alagoas, com Os Luzeiros do Mundo;
– “Cruz e Sousa”, 96, categoria romance nacional, promovido pelo Governo do Estado de Santa Catarina, com A Rosa Gótica;
– VI Prêmio Literário Cidade de Fortaleza, 1996, Fundação Cultural de Fortaleza, CE, com o conto “Apontamentos Para Um Ensaio”;
– “Bolsa Brasília de Produção Literária”, 98, categoria conto, com o livro Pescoço de Girafa na Poeira;
– “Eça de Queiroz”, 99, categoria novela, União Brasileira de Escritores, Rio de Janeiro, com o livro Vasto Abismo.

Organizou, com Glauco Mattoso,
Queda de Braço – Uma Antologia do Conto Marginal (Rio de Janeiro/Fortaleza, 1977).

Participou de diversas coletâneas, entre elas Quartas Histórias – Contos Baseados em Narrativas de Guimarães Rosa, org. por Rinaldo de Fernandes (Ed. Garamond, Rio de Janeiro, 2006).

O Cabra que Virou Bode foi transposto para a tela (vídeo), pelo cineasta Clébio Ribeiro, em 1993.

LIVROS PUBLICADOS:

- Itinerário, contos, 1974.
- Tempos de Mula Preta, contos, 1981.
- A Guerra da Donzela, novela 1982.
- Punhalzinho Cravado de Ódio, contos, 1986.
- Estaca Zero, romance, 1987.
- Os Guerreiros de Monte-Mor, romance, 1988.
- O Cabra que Virou Bode, romance, 1991.
- As Insolentes Patas do Cão, contos, 1991.
- Os Varões de Palma, romance, 1994.
- Navegador, poemas, 1996.
- Babel, contos, 1997.
- A Rosa Gótica, romance, 1997, (Prêmio Cruz e Sousa, 1996).
- Vasto Abismo, novelas, 1998.
- Pescoço de Girafa na Poeira, contos, 1999.
- A Última Noite de Helena, romance, 2003.
- Os Luzeiros do Mundo, romance, 2005.
- Panorama do Conto Cearense, ensaio, 2005.
- A Leste da Morte, contos, 2006.
- Carnavalha, romance, 2007.
– Contistas do Ceará: D’A Quinzena ao Caos Portátil, ensaio. 2008.
– Contos Reunidos (volume I) – reunindo Itinerário, Tempos de Mula Preta e Punhalzinho cravado de ódio –  2009.
– Contos Reunidos (volume II) – reunindo As insolentes patas do cão, Babel e Pescoço de girafa na poeira – 2010.
– Luz vermelha que se azula, contos, 2011.
– Como me tornei imortal: crônicas da vida literária. 2013.
– Quintal dos dias, crônicas. 2013.
– Sôbolas manhãs. crônicas. 2014.

ORGANIZADOR:
Pele e Abismo na Escritura de Batista de Lima, ensaios, artigos e resenhas, 2006.

PARTICIPAÇÃO EM ANTOLOGIAS:
- Queda de Braço: Uma Antologia do Conto Marginal, seleção de Glauco Mattoso e Nilto Maciel. Clube dos Amigos do Marsaninho, Rio de Janeiro e Fortaleza, 1977. Contos: “As Fantásticas Narrações das Meninas do São Francisco” e “Sururus no Lupanar”.
- Conto Candango, coordenação de Salomão Sousa. 1980. Conto: “As Pequenas Testemunhas”.
- Horas Vagas (Coletânea 2), organizada por Joanyr de Oliveira. Coleção Machado de Assis, volume 42, Contos Conto: “Detalhes Interessantes da Vida de Umzim”.
- O Prazer da Leitura, organizada por Jacinto Guerra, Ronaldo Cagiano, Nilce Coutinho e Cláudia Barbosa. Editora Thesaurus, 1997. Conto: “Ícaro”.
- Almanaque de Contos Cearenses, organizado por Elisangela Matos, Pedro Rodrigues Salgueiro e Tércia Montenegro. 1997. Conto: “Apontamentos para um Ensaio”.
- Poesia de Brasília, organizada por Joanyr de Oliveira. 1998. Poemas: “Odisséia Interior”, “Oferenda” e “Nem todo amor…”
- Poesía de Brasil – volume 1, organizada por Aricy Curvello e traduzida para o espanhol por Gabriel Solis. 2000. Poemas: “Calvario”, “De Desapariciones y de Ruinas”, “Francisca” e “Arco Iris”.
- Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal, organizada por Jean Paul Mestas. 2000. Edição em francês e português. Poemas: “Lutin”/ “Duende”, “Avec les pieds par terre” / “Com os pés no chão”, “Auroral” / “Amanhança”, “Pro-phétique” / “Prof-ética”.
- Antologia de Haicais Brasileiros, organizada por Napoleão Valadares. Brasília, 2003.
- Antologia de Contos Cearenses, organizada por Túlio Monteiro. Coleção Terra da Luz, tomo I, 2004. Conto: “Casa Mal-assombrada”.
- Antologia do Conto Brasiliense, seleção e organização por Ronaldo Cagiano. 2004. Conto: “Aníbal e os Livros”.
- Os Rumos do Vento/ Los Rumbos del Viento (Antologia de Poesia), coordenação de Alfredo Pérez Alencart e Pedro Salvado. 2005. Poema: “Arco-íris”.
- Quartas Histórias – contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa, org. Rinaldo de Fernandes. Conto: “Águas de Badu”.
- Todas as Gerações – O Conto Brasiliense Contemporâneo, org. por Ronaldo Cagiano. 2006. Conto “Avisserger Megatnoc”.
- 15 Cuentos Brasileros/15 Contos Brasileiros, edición bilingüe español-portugués, org. por Nelson de Oliveira e tradução de Federico Lavezzo. 2007. Conto “Ave-Marias”.

Fonte:
Colaboração de Nilto Maciel, até 2013.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Cadeira n. 45 – Patrono: Fernando Sabino (1923 – 2004)

Fernando Sabino (Belo Horizonte, 12 de outubro de 1923 — Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2004) Filho do imigrante italiano Domenico Savino ("Domingos Sabino") e da mineira Odete Tavares de Lacerda,  aos 12 anos, começou a escrever contos. Sua primeira publicação, uma história policial, aconteceu na revista Argus, uma publicação da polícia de MG. Durante a adolescência, enviava com regularidade crônicas para a revista mineira, que promovia um concurso permanente, o qual Sabino vencia com frequência, tanto que chegava a receber o dinheiro adiantado.

Esportista, nadador do Minas Tênis Clube, bateu diversos recordes de nado de costas, sua especialidade, tornando-se campeão sul-americano dessa modalidade em 1939. No mesmo ano, ganhou o segundo lugar na Maratona Nacional de Português e Gramática Histórica, empatado com Hélio Pellegrino.

No início da década de 1940 começou a cursar a Faculdade de Direito em Minas Gerais e ingressou no jornalismo como redator da Folha de Minas, por intermédio do escritor Murilo Rubião. O primeiro livro de contos, Os grilos não cantam mais, foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro, quando o autor tinha apenas dezoito anos, sendo que alguns contos do livro foram escritos quando Sabino tinha apenas quatorze anos. Nesse período, conheceu e passou a conviver com Marques Rebelo, Guilhermino César e João Etienne Filho. Formava, com Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Wilson Figueiredo, um grupo literário, apelidado por Etienne, de Grupo dos Vintanistas devido ao fato de todos estarem na casa dos vinte anos.

Esse grupo discutia literatura e fazia passeios boêmios pelas noites de Belo Horizonte. Suas histórias serviram de inspiração para a premiada obra O Encontro Marcado. Nesse período, Sabino publica contos e artigos pelas revistas Mensagem, Alterosa e Belo Horizonte.

Por ocasião da publicação de Os grilos não cantam mais, Sabino inicia, em 1942, correspondência com o escritor paulista Mário de Andrade. A troca de cartas dura até 1945, ano da morte de Mário, e pode ser lida no livro Cartas a um jovem escritor e suas respostas.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944. Tornou-se colaborador regular do jornal Correio da Manhã, onde conheceu Vinicius de Moraes, de quem se tornou amigo. No mesmo ano, publicou sua segunda obra, a novela A marca. Em 1945, conheceu a escritora Clarice Lispector, no Rio, de quem tornou-se amigo e mais tarde, correspondente. Depois de se formar em Direito na Faculdade Nacional de Direito, em 1946, viajou com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos. O escritor morou por dois anos em Nova Iorque, onde exercia função burocrática no consulado brasileiro, com sua primeira esposa Helena Valladares Sabino e a primogênita Eliana Sabino. Nesse período, conheceu o compositor Jayme Ovalle. Colaborou com crônicas para o Diário Carioca e O Jornal. As crônicas reunidas do período foram publicadas na obra A cidade vazia (1950). No mesmo período, Sabino escreve Os movimentos simulados (2004; data também de sua morte) e esboços das obras O encontro marcado (1956) e O grande mentecapto (1979).

Em homenagem ao livro Encontro Marcado foi instalada uma estátua de bronze no complexo arquitetônico da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, para eternizar os escritores conhecidos como "quatro cavalheiros do apocalipse": Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Hélio Peregrino. O trabalho é do artista plástico Léo Santana.

O encontro marcado, uma de suas obras mais conhecidas, foi lançada em 1956. Sabino decidiu, então (1957), viver exclusivamente como escritor e jornalista. Iniciou uma produção diária de crônicas para o Jornal do Brasil, escrevendo mensalmente também para a revista Senhor. Em 1960, Fernando Sabino publicou o livro O homem nu, pela Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta. Publicou, em 1962, A mulher do vizinho, que recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, do Pen Club do Brasil. Em 1964, muda-se para Londres, onde passa a exercer função da adido cultural junta à embaixada brasileira. Torna-se correspondente do Jornal do Brasil. Colabora na BBC e com as revistas Manchete e Cláudia.

Funda, em 1960, a Editora do Autor, em parceria com Rubem Braga, na qual publica nomes importantes da literatura brasileira e latino-americana. Deixa a editora em 1966, e funda a Editora Sabiá. Em 1973 funda a Bem-te-vi Filmes, com David Neves, por meio da qual produz uma série de curtas-metragens com escritores brasileiros. Realiza, na década de 1970, uma série de viagens ao exterior documentando eventos.

Publicou O grande mentecapto em 1979, iniciado mais de trinta anos antes. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, e acabaria sendo adaptada para o cinema, com direção de Oswaldo Caldeira, em 1989, e também para o teatro. Publicou em 1982, O menino no espelho. Em 1985, A faca de dois gumes. E em 1989, O tabuleiro de damas, uma obra autobiográfica. Publicou com regularidade na década de 90. Em 1991, publica Zélia, uma paixão. Em 1996, foi publicada em três volumes sua Obra Reunida pela editora Nova Aguilar. Em julho de 1999, recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Em 2001, publicou Livro aberto e Cartas perto do coração. Em 2002, publicou Cartas sobre a mesa e, em 2004, publicou Os movimentos simulados.

Fernando Sabino faleceu, em 2004, em sua casa em Ipanema (zona sul no Rio de Janeiro), vítima de câncer no fígado, às vésperas do 81º aniversário. Foi sepultado no Rio, no Cemitério São João Batista. Seu epitáfio, escrito a seu pedido, é o seguinte: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino!".

No ano de 2005, por iniciativa da família de Sabino, foi fundado o Instituto Fernando Sabino, que se dedica a incentivar a prática da leitura a partir da obra do escritor mineiro.

No ano de 2018, foi inaugurado em Belo Horizonte, um espaço de exposição permanente dedicado ao escritor: o Espaço Cultural Encontro Marcado.

Obras
Os grilos não cantam mais - contos (1941 - Pongetti)
A marca - novela (1944 - José Olympio)
A cidade vazia - crônicas e histórias (1950 - NY)
A vida real - novelas (1952, Editora A Noite)
Lugares comuns - dicionário (1952, Record)
O encontro marcado - romance (1956, Civilização Brasileira)
O homem nu - crônicas (1960, Editora do Autor)
A mulher do vizinho - crônicas (1962, Editora do Autor)
A companheira de viagem - crônicas (inclusive crônicas de viagens) (1965, Editora do Autor)
A inglesa deslumbrada - crônicas (inclusive crônicas de viagens) (1967, Sabiá)
Gente I e Gente II - crônica sobre personalidades com quem Fernando Sabino teve contato (1975, Record)
Deixa o Alfredo falar! - crônicas (1976, Record)
O Encontro das Águas - crônicas sobre uma viagem à cidade de Manaus/AM (1977, Record)
O grande mentecapto - romance (1979, Record)
A falta que ela me faz - crônicas (1980, Record)
O menino no espelho - romance (1982, Record)
O Gato Sou Eu - crônicas (1983, Record)
Macacos me mordam (1984, Record)
A vitória da infância (1984, Editora Nacional)
A faca de dois Gumes - novelas (1985, Record)
O Pintor que pintou o sete (1987, Berlendis & Vertecchia)
Martini Seco - romance policial (1987, Ática)
O tabuleiro das damas - autobiografia literária (1988, Record)
De cabeça para baixo - crônicas de viagens (1989, Record)
A volta por cima - crônicas (1990, Record)
Zélia, uma paixão - biografia (1991, Record)
O bom ladrão - novela (1992, Ática)
Aqui estamos todos nus (1993, Record)
Os restos mortais (1993, Ática)
A nudez da verdade (1994, Ática)
Com a graça de Deus (1995, Record)
O outro gume da faca - novela (1996, Ática)
Um corpo de mulher (1997, Ática)
O homem feito novela (originalmente publicada no volume A vida real, cf. acima) (1998, Ática)
Amor de Capitu - recriação literária de Dom Casmurro (1998, Ática)
No fim dá certo - crônicas (1998, Record)
A chave do enigma (1999, Record)
O galo músico (1999, Record)
Cara ou coroa? (2000, Ática)
Duas novelas de amor - novelas (2000, Ática)
Livro aberto - Páginas soltas ao longo do tempo - crônicas, entrevistas, fragmentos, etc. (2001, Record)
Cartas perto do coração - correspondência com Clarice Lispector (2001, Record)
Cartas na mesa - correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino (2002. Record)
Os caçadores de mentira (2003, Rocco)
Cartas a um jovem escritor e suas respostas (2003, Record)
Os movimentos simulados (2004, Record)
Bolofofos e finifinos (2004, Ediouro)

Correspondência publicada
Cartas a um jovem escritor e suas respostas - correspondência com Mário de Andrade. (2003, Record)
Cartas perto do coração - correspondência com Clarice Lispector (2001, Editora Record)
Cartas na mesa - correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino (2000. Editora Record)

Fonte;
wikipedia

Cadeira n. 44 – Patronesse: Clarice Lispector (1920 – 1977)

Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920, tendo recebido o nome de Chaya Pinkhasivna Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Em 1922, embarcam com destino ao Brasil. Chegam a Maceió. Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania — irmã, todos mudam de nome: o pai passa a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia — irmã, Elisa; e Chaia, em Clarice. 

Em 1925, a família muda-se para Recife/PE. A doença de sua mãe, Marieta, que ficou paralítica, faz com que sua irmã Elisa se dedique a cuidar de todos e da casa. Em 1928 frequenta o Grupo Escolar, onde aprende a ler. Durante sua infância a família passou por sérias crises financeiras.

Em 21 de setembro de 1930, morre a mãe. Nessa época, estuda piano, hebraico e iídiche. Uma ida ao teatro a inspira e ela escreve "Pobre menina rica", peça em três atos, cujos originais foram perdidos. Seu pai resolve adotar a nacionalidade brasileira.

Em 1931 já escrevia suas historinhas, todas recusadas pelo Diário de Pernambuco, que àquela época dedicava uma página às composições infantis. Isso se devia ao fato de que, ao contrário das outras crianças, as histórias de Clarice não tinham enredo e fatos — apenas sensações.

Em 1935, mudam-se para a cidade do Rio de Janeiro, com sua irmã Tânia e seu pai. Em 1937, matricula-se no curso complementar (dois últimos anos do curso secundário) visando o ingresso na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em 1938, às voltas com dificuldades financeiras, dá aulas particulares de português e matemática. A relação professor/aluno seria um dos temas preferidos e recorrentes em toda a sua obra — desde o primeiro romance: Perto do Coração Selvagem. Ao mesmo tempo, aprende datilografia e faz inglês na Cultura Inglesa. Em 1939, inicia seus estudos na Faculdade Nacional de Direito. Faz traduções de textos científicos para revistas em um laboratório onde trabalha como secretária. Trabalha, também como secretária, em um escritório de advocacia.

Em 1940, seu conto, Triunfo, é publicado no semanário "Pan", de Tasso da Silveira. Em outubro desse ano, é publicado na revista "Vamos Ler!", editada por Raymundo Magalhães Júnior, o conto Eu e Jimmy. Esses trabalhos não fazem parte de nenhuma de suas coletâneas. 

Após a morte de seu pai, a escritora — talvez motivada por esse acontecimento — escreve diversos contos: A fuga, História interrompida e O delírio. Esses contos serão publicados postumamente em A bela e a fera, de 1979. 

Passa a morar com a irmã Tania, já casada, no bairro do Catete. Consegue um emprego de tradutora no temido Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP. Como não havia vaga para esse trabalho, Clarice ganha o lugar de redatora e repórter da Agência Nacional. Inicia-se, ai, sua carreira de jornalista. No novo emprego, convive com Antonio Callado, Francisco de Assis Barbosa, José Condé e, também, com Lúcio Cardoso, por quem nutre durante tempos uma paixão não correspondida: o escritor era homossexual.

Em 19 de janeiro de 1941, publica a reportagem "Onde se ensinará a ser feliz", no jornal "Diário do Povo", de Campinas (SP), sobre a inauguração de um lar para meninas carentes realizada pela primeira-dama Darcy Vargas. Além de textos jornalísticos, continua a publicar textos literários. Cursando o terceiro ano de direito, colabora com a revista dos estudantes de sua faculdade, "A Época", com os artigos Observações sobre o fundamento do direito de punir e Deve a mulher trabalhar? Passa a frequentar o bar "Recreio", na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, ponto de encontro de autores como Lúcio Cardoso, Vinicius de Moraes, Rachel de Queiroz, Otávio de Faria, e muitos mais.

Em 1942, começa a namorar com Maury Gurgel Valente, seu colega de faculdade com quem se casa em 1943. Com 22 anos de idade, recebe seu primeiro registro profissional, como redatora do jornal "A Noite". Nesse ano, escreve seu primeiro romance, Perto do coração selvagem.

Em 1943, termina o curso de Direito. Seu marido, por concurso, ingressa na carreira diplomática. Em 1944, muda-se para Belém (PA), acompanhando seu marido. Fica por lá apenas seis meses. Seu livro recebe críticas favoráveis de Guilherme Figueiredo, Breno Accioly, Dinah Silveira de Queiroz, Lúcio Cardoso, Antonio Cândido e Ledo Ivo, entre outros. 

O casal volta ao Rio e, em 1944, muda-se para Nápoles, em plena Segunda Guerra Mundial, onde o marido da escritora vai trabalhar. Já na saída do Brasil, Clarice mostra-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os amigos. Termina seu segundo romance, O lustre. Recebe o prêmio Graça Aranha com Perto do coração selvagem, considerado o melhor romance de 1943. Conhece Rubem Braga, então correspondente de guerra do jornal "Diário Carioca".

Em 1945, dá assistência a brasileiros feridos na guerra, trabalhando em hospital americano. Viaja pela Europa e conhece o poeta Giuseppe Ungaretti. O lustre é publicado no Brasil pela Livraria Agir Editora. Após o lançamento do livro, Clarice vem ao Brasil em 1946, como correio diplomático do Ministério das Relações Exteriores, aqui ficando por quase três meses. Nessa época, apresentado por Rubem Braga, conhece Fernando Sabino que a introduz a Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e, posteriormente, a Hélio Pellegrino. De volta à Europa, vai morar com a família em Berna, Suíça, para onde seu marido havia sido designado como segundo-secretário. Sua correspondência com amigos brasileiros a mantinha a par das novidades, em especial as trocadas com Fernando Sabino. A troca de cartas com o escritor, quase que diariamente, duraria até janeiro de 1969.

Em 1948, Clarice fica grávida de seu primeiro filho. Para ela, a vida em Berna é de miséria existencial. A Cidade Sitiada, após três anos de trabalho, fica pronto. Terminado o último capítulo, dá à luz. Nasce então um complemento ao método de trabalho. Ela escreve com a máquina no colo, para cuidar do filho. Na crônica "Lembrança de uma fonte, de uma cidade", Clarice afirma que, em Berna, sua vida foi salva por causa do nascimento do filho Pedro,, e por ter escrito um dos livros "menos gostados" (a editora Agir recusara a publicação).

Em 1949, seu marido é removido para a Secretaria de Estado, no Rio de Janeiro. A cidade sitiada é publicado pela editora "A Noite". O livro não obtém grande repercussão entre o público e a crítica. Em 1950, escrevendo contos e convivendo com os amigos (Sabino, Otto, Lúcio e Paulo M. Campos), vê chegar a hora de partir: seguindo os passos de seu marido, retorna à Europa, onde mora por seis meses na cidade de Torquay, Inglaterra. Sofre um aborto espontâneo em Londres. É atendida pelo vice-cônsul na capital inglesa, João Cabral de Melo Neto.

Em 1951, retorna ao Rio de Janeiro, em março. Publica uma seleta com seis contos na coleção "Cadernos de cultura", editada pelo Ministério da Educação e Saúde. Em 1952,  cola grau na faculdade de direito, depois de muitos adiamentos. Volta a trabalhar em jornais, no período de maio a outubro, assinando a página "Entre Mulheres", no jornal "Comício", sob o pseudônimo de "Tereza Quadros". Atendeu a um pedido do amigo Rubem Braga, um dos fundadores do jornal. Nesse setembro, já grávida, embarca para a capital americana onde permanecerá por oito anos. Clarice inicia o esboço do romance A veia no pulso, que viria a ser A Maçã no Escuro, livro publicado em 1961.

Em 1953, nasce Paulo, seu segundo filho. Ela continua a escrever A Maçã no Escuro, em meio a conflitos domésticos e interiores. Mãe, Clarice Lispector divide seu tempo entre os filhos, A Maçã no Escuro, os contos de Laços de Família e a literatura infantil. Nos Estados Unidos, Clarice conhece o renomado escritor Erico Veríssimo e sua esposa Mafalda, dos quais torna-se grande amiga. O escritor gaúcho e sua esposa são escolhidos para padrinhos de Paulo. Não tem sucesso seu projeto de escrever uma crônica semanal para a revista "Manchete". Tem a agradável notícia de que seu romance Perto do coração selvagem seria traduzido para o francês. 

Em 1956, termina de escrever A Maçã no Escuro (até então com o titulo de A veia no pulso). Érico Veríssimo e família retornam ao Brasil, não sem antes aceitarem serem os padrinhos de Pedro e Paulo. Entre os escritores, inicia-se uma vasta correspondência. A escritora e filhos vêm passar as férias no Brasil e Clarice aproveita para tentar a publicação de seu novo romance e os novos contos. Apesar de todo o empenho de Fernando Sabino e Rubem Braga, os livros não são editados. A escritora dá sinais de sua indisposição para com o tipo de vida que leva. Autoriza Sabino e Braga a encaminharem seus contos — nessa altura em número de quinze — para serem publicados no "Suplemento Cultural" do jornal "O Estado de São Paulo". Seu casamento vive momentos de tensão.

Em 1958, conhece e se torna amiga da pintora Maria Bonomi. É convidada a colaborar com a revista "Senhor", prevista para ser lançada no início do ano seguinte. Erico Verissimo escreve informando estar autorizado a editar seu romance e, também, seus contos pela Editora Globo, de Porto Alegre. 1.000 exemplares — dos mais de 1.700 remanescentes — de "Près du coeur sauvage" são incinerados, por falta de espaço de armazenamento. 

O casamento de Clarice dá sinais de seu final, em 1959, separa-se do marido e, em julho, regressa ao Brasil com seus filhos. Seu livro continua inédito. Sob o pseudônimo de "Helen Palmer", inicia, em agosto, uma coluna no jornal "Correio da Manhã", intitulada "Correio feminino — Feira de utilidades".

Em 1960, publica, finalmente, Laços de Família, seu primeiro livro de contos, pela editora Francisco Alves. Começa a assinar a coluna "Só para Mulheres", como "ghost-writer" da atriz Ilka Soares, no "Diário da Noite". Assina, com a Francisco Alves, novo contrato para a publicação de A maçã no escuro. Torna-se amiga da escritora Nélida Piñon.

Em 1961, publica o romance A maçã no escuro. Recebe o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, por Laços de família

Em 1962, passa a assinar a coluna "Children's Corner", da seção "Sr. & Cia.", onde publica contos e crônicas. Visita, com os filhos, seu ex-marido que se encontra na Polônia. Recebe o prêmio Carmen Dolores Barbosa (oferecido pela senhora paulistana de mesmo nome), por A maçã no escuro, considerado o melhor livro do ano.

Em 1963, a convite, profere no XI Congresso Bienal do Instituto Internacional de Literatura Ibero-Americana, realizado em Austin - Texas, conferência sobre o tema "Literatura de vanguarda no Brasil. A paixão segundo G. H. é escrito em poucos meses, sendo entregue à Editora do Autor, de Sabino e Braga, para publicação.

Em 1964 publica o livro de contos A legião estrangeira e o romance A Paixão Segundo G. H., ambos pela Editora do Autor.

Sua obra passa a ser vista com outros olhos — pela crítica e pelo público leitor — após A paixão segundo G. H. Resultado de uma seleta de trechos de seus livros, adaptados por Fauzi Arap, é encenada no Teatro Maison de France o espetáculo Perto do coração selvagem, com José Wilker, Glauce Rocha e outros. Dedica-se à educação dos filhos e com a saúde de Pedro, que apresenta um quadro de esquizofrenia, exigindo cuidados especiais. Apesar de traduzida para diversos idiomas e da republicação de diversos livros, a situação financeira de Clarice é muito difícil. Em 1966, a escritora dorme com um cigarro aceso , provocando um incêndio. Seu quarto ficou totalmente destruído. Com inúmeras queimaduras pelo corpo, passou três dias sob o risco de morte — e dois meses hospitalizada. Quase tem sua mão direita — a mais afetada — amputada pelos médicos. O acidente mudaria em definitivo a vida de Clarice. As inúmeras e profundas cicatrizes fazem com que a escritora caia em depressão, apesar de todo o apoio recebido de seus amigos. Não foi só um ano de acontecimentos ruins. Começa a publicar em agosto de 1967 crônicas no "Jornal do Brasil", trabalho que mantém por seis anos. Lança o livro infantil O mistério do coelho pensante. Em dezembro, passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro.

Em 1968, o livro O mistério do coelho pensante é agraciado com a "Ordem do Calunga", concedido pela Campanha Nacional da Criança. Entrevista personalidades para a revista "Manchete" na seção "Diálogos possíveis com Clarice Lispector". Participa da manifestação contra a ditadura militar, em junho, chamada "Passeata dos 100 mil". Morrem seus amigos e escritores Lúcio Cardoso e Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta). É nomeada assistente de administração do Estado. Profere palestras na Universidade Federal de Minas Gerais e na Livraria do Estudante, em Belo Horizonte. Publica A mulher que matou os peixes, outro livro infantil.

Em 1969, publica seu "hino ao amor": Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. O romance ganha o prêmio "Golfinho de Ouro", do Museu da Imagem e do Som. 

Viaja à Bahia onde entrevista para a "Manchete" o escritor Jorge Amado e os artistas Mário Cravo e Genaro. 

Em 1970, começa a escrever um novo romance, com o título provisório de Atrás do pensamento: monólogo com a vida. Mais adiante, é chamado Objeto gritante. Foi lançado com o título definitivo de Água viva. Em 1971, publica a coletânea de contos Felicidade clandestina, volume que inclui O ovo e a galinha, escrito sob o impacto da morte do bandido Mineirinho, assassinado pela polícia com treze tiros, no Rio de Janeiro. Há, também, um conjunto de escritos em que rememora a infância em Recife.

1973 - Publica o romance Água viva, lançaria também, nesse ano, A imitação da rosa, quinze contos já publicados anteriormente em outras coletâneas. Em 1974, para manter seu nível de renda, aumenta sua atividade como tradutora. Verte, entre outros, "O retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, adaptado para o público juvenil, pela Ediouro. Publica, pela José Olympio Editora, outro livro infantil, A vida íntima de Laura e dois livros de contos, pela Artenova: A via crucis do corpo e Onde estivestes de noite. 

Seu cão, Ulisses, lhe morde o rosto, fazendo com que se submeta a cirurgia plástica reparadora reparadora realizada por seu amigo Dr. Ivo Pitanguy. 

Ao longo da década, faz adaptações de obras de Júlio Verne, Edgar Allan Poe, Walter Scott e Jack London e Ibsen. Lança Visão do esplendor, com trabalhos já publicados na coluna "Children's Corner", da revista "Senhor" e também no "Jornal do Brasil". Publica De corpo inteiro, com algumas entrevistas que fizera anteriormente para revistas cariocas. 

Em 1976, é agraciada, em abril, com o prêmio concedido pela Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto de sua obra. Grava depoimento no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro, em outubro, conduzido por Affonso Romano de Sant'Anna, Marina Colasanti e por João Salgueiro, diretor do MIS. 

Enquanto escreve A hora da estrela, toma notas para o novo romance, Um sopro de vida.

Em 1977, o jornal "Última Hora" passa a publicar, a partir de fevereiro, semanalmente, as suas crônicas. Ainda nesse mês, é entrevistada pelo jornalista Júlio Lerner para o programa "Panorama Especial", TV Cultura de São Paulo, com o compromisso de só ser transmitida após a sua morte. 

Escreve um livro para crianças, que seria publicado em 1978, sob o título Quase de verdade. Escreve, ainda, doze histórias infantis para o calendário de 1978 da fábrica de brinquedos "Estrela", intitulado Como nasceram as estrelas. Vai à França e retorna inesperadamente. Publica A hora da estrela,, com introdução — "O grito do silêncio" — de Eduardo Portella. Esse livro seria adaptado para o cinema, em 1985, por Suzana Amaral. 

Clarice morre, no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário vitimada por uma súbita obstrução intestinal, de origem desconhecida que, depois, veio-se a saber, ter sido motivada por um adenocarcinoma de ovário irreversível. 

Em 1978, três livros póstumos são publicados: o romance Um sopro de vida — Pulsações, pela Nova Fronteira, a partir de fragmentos em parte reunidos por Olga Borelli; o de crônicas Para não esquecer, e o infantil, Quase de verdade, em volume autônomo, pela Ática. Para não esquecer é composto de crônicas que haviam sido publicadas na segunda parte do livro A legião estrangeira, em 1964, que compunham a seção "Fundo de Gaveta" do citado livro. A hora da estrela é agraciada com o prêmio Jabuti de "Melhor Romance".

Em 1979 é publicado A bela e a fera, pela Nova Fronteira, contendo contos publicados esparsamente em jornais e revistas. Estréia, no teatro Ruth Escobar, em São Paulo, Um sopro de vida, baseado em livro de mesmo nome, com adaptação de Marilena Ansaldi e direção de José Possi Neto.

Em 1984, Reunindo a quase totalidade de crônicas publicadas no Jornal do Brasil, no período de 1967 a 1973, é lançado "A descoberta do mundo", organização de Paulo Gurgel Valente, filho da autora. 

Em 1985, a A hora da estrela recebe dois prêmios na 36ª edição do Festival de Berlim: da Confederação Internacional de Cineclubes — Cicae, e da Organização Católica Internacional do Cinema e do Audiovisual — Ocic. O longa-metragem de mesmo nome, dirigido por Suzana Amaral, com roteiro de Alfredo Oros também é premiado: Marcélia Cartaxo recebe o Urso de Prata de "Melhor Atriz".

Fernando Sabino, em 2001, organiza e publica, pela Record, "Cartas perto do coração", contendo correspondência que manteve com a escritora de 1946 a 1969.

No aniversário de Clarice, 10/12/2002, a Embaixada do Brasil na Ucrânia e a Prefeitura de Tchetchelnik se associam em homenagem à memória da escritora, inaugurando uma placa com dados biográficos gravados em russo e em português, que é afixada na entrada da sede da administração municipal.

Clarice traduziu para língua portuguesa falada no Brasil, em 1976, o livro Entrevista com o Vampiro, da autora estadunidense Anne Rice.

Lista de obras

Romance
Perto do Coração Selvagem (1943)
O Lustre (1946)
A Cidade Sitiada (1949)
A Maçã no Escuro (1961)
A Paixão segundo G.H. (1964)
Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969)
Água Viva (1973)
A Hora da Estrela (1977)
Um Sopro de Vida (1978)

Contos
Alguns contos (1952)
Laços de Família (1960)
A Legião Estrangeira (1964)
Felicidade Clandestina (1971)
A Imitação da Rosa (1973)
Onde Estivestes de Noite (1974)
A Via Crucis do Corpo (1974)
O Ovo e a Galinha (1977)
A Bela e a Fera (1979)

Literatura infantil
O Mistério do Coelho Pensante (1967)
A Mulher que Matou os Peixes (1968)
A Vida Íntima de Laura (1974)
Quase de Verdade (1978)
Como Nasceram as Estrelas (1987)

Crônicas
Para Não Esquecer (1978)
A Descoberta do Mundo (1984)

Correspondências
Correspondências (2002)
Minhas Queridas (2007)

Entrevistas
Entrevistas (2007)

Artigos de jornais
Outros Escritos (2005)
Correio Feminino (2006)
Só para Mulheres (2006)

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Clarice_Lispector
LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
MONTEIRO, Tereza. http://www.claricelispector.com.br/
NOGUEIRA JR., Arnaldo. Clarice Lispector. Disponível em http://www.releituras.com/clispector_bio.asp
SANTOS, Eberth. MOURA, Josana de. Literatura e Filosofia (Palavra em Ação). 2.ed. Uberlândia: Ed. Claranto, 2004

Comemoração do Centenário de Carolina Ramos em 19 de março

Prestes a completar 100 anos, no dia 19 de março, a poetisa santista Carolina Ramos foi eternizada com o plantio de uma árvore no jardim da ...