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sábado, 19 de agosto de 2023

Cadeira n. 17 - Patrono: Moacyr Scliar (1937 – 2011)

Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre, em 23 de março de 1937. Seus pais, José e Sara Scliar, eram judeus provenientes da região da Bessarábia, então pertencente ao Império Russo, que migraram para a América em busca de melhor sorte. Moacyr passou a maior parte da infância no Bom Fim, o bairro porto-alegrense onde se instalou a maioria dos judeus que escolheu a capital do estado para morar. Foi alfabetizado pela mãe, que era professora primária.

Em 1962, após se formar pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua vida como médico, fazendo residência médica. Especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Iniciou os trabalhos nessa área em 1969. Em 1970 frequentou curso de pós-graduação em medicina em Israel. Posteriormente, tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Foi professor da disciplina de medicina e comunidade do curso de medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Em 1965, casou-se tendo um filho em 1979.

Scliar publicou mais de setenta e quatro livros. Seu estilo leve e irônico lhe garantiu um público bastante amplo de leitores, e em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, tendo recebido antes uma grande quantidade de prêmios literários como o Jabuti (1988, 1993 e 2009), o Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (1989) e o Casa de las Américas (1989).

Suas obras frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina (área de sua formação), a vida de classe média e vários outros assuntos. O autor já teve obras suas traduzidas para doze idiomas.

Em 2002 se envolveu em uma polêmica com o escritor canadense Yann Martel, cujo famoso romance A Vida de Pi, vencedor do prêmio Man Booker, foi acusado de ser um plágio da sua novela Max e os felinos. O escritor gaúcho, no entanto, diz que a mídia extrapolou ao tratar do caso, e que ele nunca teve o intuito de processar o escritor canadense.

Entre suas obras mais importantes estão os seus contos e os romances O ciclo das águas, A estranha nação de Rafael Mendes, O exército de um homem só e O centauro no jardim, este último incluído na lista dos 100 melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos, feita pelo National Yiddish Book Center nos Estados Unidos.

Em 1998 o romance "Um Sonho no Caroço do Abacate" foi adaptado para o cinema, com o título "Caminho dos Sonhos", sob a direção de Lucas Amberg. O filme participou dos festivais de Gramado, Miami, Trieste e outros. O filme narra a história do filho de um casal de imigrantes judeus lituanos que se estabelece no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, nos anos 1960. O jovem Mardo (Edward Boggiss) apaixona-se por Ana (Taís Araújo), uma estudante negra. Os jovens encontram no amor a força e a determinação para enfrentarem a discriminação na escola onde estudam e o preconceito entre as famílias.

Em 2002 o romance Sonhos Tropicais foi adaptado para o cinema sob a direção de André Sturm, com Carolina Kasting, Bruno Giordano, Flávio Galvão, Ingra Liberato e Cecil Thiré no elenco. O filme relata o combate à febre amarela no Rio de Janeiro, comandado pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, e a resistência da população à vacinação obrigatória, que resultou na chamada Revolta da Vacina. Em paralelo, é narrada a história de uma jovem judia polonesa, que imigra para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas acaba por se prostituir.

Scliar morreu no dia 27 de fevereiro de 2011, aos 73 anos, de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre desde o dia 11 de janeiro, quando deu entrada para a retirada de pólipos (formações benignas) no intestino. A cirurgia foi bem sucedida, mas o escritor acabou tendo um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 17 de janeiro, durante o período de recuperação, falecendo quase cinquenta dias depois de sua entrada no hospital.

Foi o sétimo ocupante da cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras.

Prêmios
    Prêmio Jabuti de Literatura, 1988, categoria Contos, Crônicas e Novelas
    Prêmio APCA, 1989, categoria Literatura
    Prêmio Casa de las Américas, 1989, categoria Conto - O olho enigmático
    Prêmio Jabuti de Literatura, 1993, categoria Romance - Sonhos tropicais
    Prêmio Jabuti de Literatura, 2000, categoria Romance - A mulher que escreveu a Bíblia
    Prêmio Jabuti de Literatura, 2009, categoria Romance - Manual da paixão solitária
    Ordem do Ipiranga, grau Comendador, 2010.


Obras
Contos

    O carnaval dos animais. Porto Alegre, Movimento, 1968
    A balada do falso Messias. São Paulo, Ática, 1976
    Histórias da terra trêmula. São Paulo, Escrita, 1976
    O anão no televisor. Porto Alegre, Globo, 1979
    Os melhores contos de Moacyr Scliar. São Paulo, Global, 1984
    Dez contos escolhidos. Brasília, Horizonte, 1984
    O olho enigmático. Rio, Guanabara, 1986
    Contos reunidos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995
    O amante da Madonna. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1997
    Os contistas. Rio, Ediouro, 1997
    Histórias para (quase) todos os gostos. Porto Alegre, L&PM, 1998
    Pai e filho, filho e pai. Porto Alegre, L&PM, 2002
    «Histórias que os jornais não contam». Rio de Janeiro, Agir, 2009.


Romances
    A guerra no Bom Fim. Rio, Expressão e Cultura, 1972. Porto Alegre, L&PM,
    O exército de um homem só. Rio, Expressão e Cultura, 1973. Porto Alegre, L&PM,
    Os deuses de Raquel. Rio, Expressão e Cultura, 1975. Porto Alegre, L&PM,
    O ciclo das águas. Porto Alegre, Globo, 1975; Porto Alegre, L&PM, 1996,
    Mês de cães danados. Porto Alegre, L&PM, 1977,
    Doutor Miragem. Porto Alegre, L&PM, 1979,
    Os voluntários. Porto Alegre, L&PM, 1979,
    O Centauro no Jardim. Rio, Nova Fronteira, 1980. Porto Alegre, L&PM
    Max e os felinos. Porto Alegre, L&PM, 1981,
    A estranha nação de Rafael Mendes. Porto Alegre, L&PM, 1983,
    Cenas da vida minúscula. Porto Alegre, L&PM, 1991,
    Sonhos tropicais. São Paulo, Companhia das Letras, 1992,
    A majestade do Xingu. São Paulo, Companhia das Letras, 1997,
    A mulher que escreveu a Bíblia. São Paulo, Companhia das Letras, 1999,
    Os leopardos de Kafka. São Paulo, Companhia das Letras, 2000,
    Uma história farroupilha. Porto Alegre, L&PM, 2004,
    Na noite do ventre, o diamante. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2005,
    Ciumento de carteirinha Editora Ática, 2006,
    Os vendilhões do templo Companhia das Letras, 2006,
    Manual da paixão solitária. São Paulo: Companhia das Letras, 2008,
    Eu vos abraço, milhões. São Paulo: Companhia das Letras, 2010,
    A palavra mágica. São Paulo: Moderna, 2006..


Ficção infantojuvenil
    Cavalos e obeliscos. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1981; São Paulo, Ática, 2001,
    A festa no castelo. Porto Alegre, L&PM, 1982,
    Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1984,
    No caminho dos sonhos. São Paulo, FTD, 1988,
    O tio que flutuava. São Paulo, Ática, 1988,
    Os cavalos da República. São Paulo, FTD, 1989,
    Pra você eu conto. São Paulo, Atual, 1991,
    Uma história só pra mim. São Paulo, Atual, 1994,
    Um sonho no caroço do abacate. São Paulo, Global, 1995,
    O Rio Grande farroupilha. São Paulo, Ática, 1995,
    Câmera na mão, o guarani no coração. São Paulo, Ática, 1998,
    A colina dos suspiros. São Paulo, Moderna, 1999,
    O livro da medicina. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2000,
    O Mistério da Casa Verde. São Paulo, Ática, 2000,
    O ataque do comando P.Q. São Paulo, Ática, 2001,
    O sertão vai virar mar. São Paulo, Ática, 2002,
    Aquele estranho colega, o meu pai. São Paulo, Atual, 2002,
    Éden-Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 2002,
    Nem uma coisa, nem outra. Rio, Rocco, 2003,
    Aprendendo a amar - e a curar. São Paulo, Scipione, 2003,
    Navio das cores. São Paulo, Berlendis & Vertecchia, 2003.


Crônicas
    A massagista japonesa. Porto Alegre, L&PM, 1984
    Um país chamado infância. Porto Alegre, Sulina, 1989
    Dicionário do viajante insólito. Porto Alegre, L&PM, 1995
    Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar. Porto Alegre, L&PM, 1996. Artes e Ofícios, 2001
    O imaginário cotidiano. São Paulo, Global, 2001
    A língua de três pontas: crônicas e citações sobre a arte de falar mal. Porto Alegre


Fonte: Wikipedia

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